querendo ao meu lado quem não me precisa
sou assim, entendo a dor
no brinde solitário com a indiferença
sinto a secura do momento
antes revestido de ternura
palavras e gestos descabidos de sentido
selam a fria noite agora vazia
de entendimento
acarreando o seu pesar
a quem não se digna a esse
trato frio que machuca
tristeza vivida no desprezo
de uma entrega sincera
não há mal maior
daquele que não absorve
enquanto pode
o valor de um afago
perdas desadormecem fragilidades
do tempo que nos resta
e necessito gritar a vida
extrair o máximo
de pessoas que me pertencem
pelo maior tempo possível
Não sei quando findo, pode ser amanhã
hoje...quem sabe?
e nessa espera
tutelado será quem guardo aqui dentro
dizimando na medida que posso
o sofrimento que lhe afeta
e quando não me fizer presente
na distância lanço de mim a volição
de que matinadas vividas nessa estreiteza no peito
passarão...
assim deseja quem ama!
Flavia D'Angelo
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