quinta-feira, 5 de março de 2015


enquanto o novo ano não vem
despeço do velho que vai mais que tarde
enterro com ele mágoas sofridas
mas as alegrias trago comigo
rasgo o mapa traçado que se fez jogado em caminhos que não percorri
velo e acendo uma vela pras falsas promessas que esqueci
deixo secar o molhado do rosto pingado de sal e loucuras
fecho em bolsa pequena palavras azedas que tanto ouvi
enquanto o novo não vem
me vejo curtida que prova da vida o melhor
qual tal um poema ensaio o tema
que como poeta ensejo
do novo o segredo que esconde
o medo do velho vivido
e abrindo os braços
sem dó ou cansaço
espero que o novo acabe comigo
sendo bem vindo

Flavia D'Angelo

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