domingo, 8 de março de 2015














43 primaveras
árvore me fiz
daquelas que forte
sem nenhuma pressa
deixou tempo que sábio
regou com cuidado
fincando em solo
raiz que contida
crescia em vida a força precisa
deixei que bebessem
aqueles que sede em todo tamanho
seiva que tronco guardava no colo doado
meus galhos colhiam em ninhos
amor que pari no caminho
frutos que tenho guardados
flores que néctar brindavam
saciando fome matada
de doce que ofertava
a quem me vivia
ventos sopravam mudanças
despia de folhas minhas partes
nem fortes tempestades
mudavam lugar
por fora frágil florida
engano vida sofrida
que cava mais cada dia
essência guardada que fundo
raiz marca meu mundo
floreio por sobre os muros
semeio a todo minuto
palavras em versos curtidos
nada me prende o rumo
balanço na paz que procuro
plantada meu canto possuo
me fiz baobá

Flavia D'Angelo

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