domingo, 8 de março de 2015

meu choro tem hora certa. depois do sol me comer o dia, rir com amigos, matar compromissos e outras cositas da vida, já sei: tomo meu banho e quando no quarto sozinha de tudo ele vem. rasga no peito, e nem me percebo enquanto me deito, o pranto rolar. incham os olhos e só me dou conta no meu acordar. por qual motivo? por perda de quem não convêm lamentar? do que me faltou fazer e talvez defesa de não me doar? da solidão que até então me fazia tão bem? da guarda, que antes tão alta, protegia meu dentro, me abandonar? da força que antes julgava de mim fazer parte, e não enxergava verdade de me ser tão fraca? só sei que como remédio com dose marcada, na hora exata que cabeça cansa, e razão descansa fazendo da noite o meu despertar, eu choro...como criança, choro 

Flavia D'Angelo

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